ANTONIO LOPES
MONTENEGRO, Rio Grande do Sul, Brasil
Biografia originalmente publicada em 1985:
27 anos. Profissão: comerciante. Residente em Montenegro, RS. Escreve para o jornal O Progresso de Montenegro e tem seus trabalhos divulgados por várias emissoras da Grande Porto Alegre
e local. Seu senso crítico às vezes confunde-se com o romantismo, em poesias que espelham a desatenção da sociedade para com os menos favorecidos.
ANTOLOGIA POÉTICA DE CIDADES BRASILEIRAS. Rio de Janeiro, DF: Shogun Editora e Arte Ltda, 1985. 118 p. Coordenação editorial: Christina Oiticica.
[Este exemplar foi doado por Rogério Guimarães Oliveira, que tem seu poema na p. 30, para a biblioteca da Caixa Econômica, de Brasília, em 1985. A empresa se desfez do acervo e este exemplar foi para a livraria “sebo” de nosso amigo José Jorge Leite de Brito, que por sua vez nos doou um lote de livros para ajudar na montagem de nosso Portal de Poesia Ibero-americana, em 2021.]
UMA NOITE COM A NATUREZA
Quando estou só
Me perco dentro das noites
E me confundo nas trevas
A cama mesmo sendo grande
Não consegue me abrigar
Caminho por toda a casa
E sinto que no meu lar
Está faltando você!...
Sento-me à mesa
E começo a lhe escrever:
—Meu amor
Que saudade de você...
Volte depressa, lhe suplico
Eu preciso do seu calor...
Minhas mãos não para de tremer
E o meu coração saudoso
Quer romper o compasso...
Meus olhos rasos d´água
Deixam escapar uma lágrima
E as letras tornam-se manchada
Dificultando-me a ler o que escrevi...
Sinto falta de descontração
Ponho um disco a rodar
Vem a melodia e toma conta de mim...
Mas o que há comigo?
Estou angustiado, sei lá...
Abro a janela
Mãos na rua, cara no vento...
Respiro fundo o ar puro...
Estou vendo as palmeiras molhadas
Silenciosas em seu balanço noturno
Como que a me convidar:
Venha unir-se a nós...
Sigo em passos lentos
E cheiro o perfume que exala das flores
Oh! Que bom...
Suspiro aliviado
Pedindo a bênção da mãe-natureza...
Vem a brisa, toca meu rosto
E seca meus olhos...
Vejo as estrelas adornando o céu
A lua prateando o chão...
Fico com o pensamento vagando
E imagino você me afanando
Repleta de amor me beijando
Em sua voz delicada me dizendo:
—Não fique assim...
Sou só de você
Até que a morte nos separa...
*
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Página publicada em março de 2021
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